Entre o Eu e o Nós: o que é uma Escola?

Durante muito tempo, a educação de uma criança acontecia no seio da aldeia, da comunidade ou dentro de casa. Ali, ela aprendia os valores do grupo: como pensar, agir e conviver.

Com o passar dos séculos, esse processo foi sendo institucionalizado, e nasceu a escola. De certo modo, podemos dizer que a escola é o ápice da vida cultural: é nela que a humanidade forma seres humanos que atuarão em todas as áreas da vida, contribuindo para a sociedade de forma ampla e diversa.

Ao chegar à escola, cada criança traz consigo crenças, modos de se relacionar e visões de mundo herdados da família. A escola precisa acolher essas individualidades em um mesmo espaço. É nesse encontro que nasce algo novo: a comunidade escolar.

Diferente das antigas aldeias, a comunidade escolar é marcada por uma diversidade cultural imensa. Isso é um enorme desafio, mas também uma riqueza incalculável!

Agora, para que essa vida comunitária floresça, precisamos abrir espaço para que a cultura do outro também seja um pouco da nossa.

Podemos perceber dois caminhos de Comunidades Escolares:

• Multicultural, onde as diferentes culturas coexistem, como em toda escola, mas sem interação significativa.

• Intercultural, quando há diálogo, troca e ponte entre as culturas, permitindo que cada visão de mundo enriqueça a vida de todos.
  

Construir uma comunidade viva e intercultural exige disposição genuína. É preciso estar presente, ouvir, acolher, dialogar e, acima de tudo, buscar criar algo em comum.

É nesse espaço coletivo — entre o eu e o nós — que a escola se torna, de fato, uma comunidade viva, capaz de ensinar às crianças a liberdade, o cuidado e a responsabilidade de pertencer.

A verdadeira escola, aquela que compreende sua essência cultural e espiritual, só pode educar a partir da vida comunitária. E os primeiros passos sempre nascem dos adultos.